O fotógrafo maranhense Alan Rodrigues sofreu uma série de ataques por parte de eleitores bolsonaristas depois de publicar, em suas redes sociais, registros que fez de um ato golpista que ocorreu no dia 2 de novembro, em frente ao 24º Batalhão de Infantaria e Selva, no bairro do João Paulo, em São Luís.
Vestidos de verde e amarelo, enrolados na bandeira nacional, os manifestantes fotografados por Alan pediam “Intervenção Federal”, com fechamento do Congresso, do STF e a permanência de Bolsonaro no poder. Intervenção Federal, diga-se, é o nome que essa parcela mais fanatizada do eleitorado bolsonarista deu para o que eles realmente querem: golpe de estado.
Pelo twitter, Alan Rodrigues expôs alguns dos ataques que sofreu. Em uma das mensagens, um raivoso bolsonarista afirma esperar que Alan e sua mãe, uma idosa que precisa de uma cadeira de rodas para se locomover, “morram de fome”.
O fotógrafo, diagnosticado com o transtorno do espectro autista, afirmou que precisou ser medicado depois que começou a ser alvo dos ataques.
“Estou medicado porque tive uma crise, pois não aguentei ler tanta crueldade. Vou dar um tempo de redes sociais, não tá me fazendo bem, toda hora chega uma mensagem dessas”, escreveu Alan pelo twitter.
“Quero saber o que fiz para essas pessoas. Tem gente desejando pra eu morrer de fome, me ameaçando e me xingando”, desabafou.
Os ataques sofridos por Alan Rodrigues, que trabalhava enquanto manifestantes clamavam pelo fim da democracia, mostra o quão baixo podem ir cidadãos fanatizados por um modelo violento de política que, para se manter no poder, não se acanha em atacar as instituições e a imprensa; que contesta a ciência, dissemina fake news, e que considera como inimigos todos aqueles que não rezam segundo a sua cartilha delirante.